Ressonância magnética cardiovascular

A ressonância magnética cardiovascular utiliza ondas de radiofreqüência para adquirir informações a partir dos íons de hidrogênio, não utilizando radiação ionizante. Os átomos de hidrogênio,  são estimulados por ondas de radiofrequência, refletindo a energia recebida. Esta energia é captada por antenas de radiofrequência e transformada em sinais que compõem a imagem que será obtida pelo exame.

 

Dependendo da programação destas ondas, denominadas sequências de pulso, formam-se imagens utilizadas para a avaliação completa do sistema cardiovascular: avaliação anatômica, avaliação da função ventricular esquerda (função de bomba propulsora de sangue), detecção de infarto do miocárdio e viabilidade (diferenciação do músculo cardíaco vivo ou viável, do tecido cardíaco morto), pesquisa de isquemia (falta de irrigação do músculo cardíaco) e análises de fluxo ou angiografias (visualização das artérias).

 

Como é feita?

 

Diferentemente de outros exames convencionais de ressonância, a participação do médico na preparação do paciente, na aquisição das imagens e no pós-processamento é mais intensa. Os estudos de ressonância são realizados em apneia expiratória (o paciente libera o ar e fica sem respirar, por cerca de 5 segundos). Utiliza-se para o exame um contraste especial, chamado de gadolíneo. 

 

Indicações

 

- Cardiopatias congênitas: seguimento de cardiopatias congênitas em adultos, que afetam o coração e as artérias (exemplos: certos casos de comunicação interventricular, estenose supravalvar aórtica, coarctação da aorta, anomalias congênitas das artérias coronárias).

 

- Doenças dos vasos: aneurismas da aorta, dissecção aórtica aguda, planejamento de endoprótese para tratamento de aneurisma da aorta,avaliação de estreitamentos nas artérias dos rins, arterites.

 

- Doença arterial coronariana: avaliação da função ventricular esquerda (função de bomba propulsora de sangue), análise da viabilidade miocárdica (separação de tecido muscular cardíaco vivo ou viável, do tecido morto), detecção de isquemia miocárdica (falta de irrigação do músculo cardáico), infarto do miocárdio agudo e crônico, aneurisma do ventrículo esquerdo.

 

- Doenças do músculo cardíaco (miocardiopatias): miocardiopatia hipertrófica, miocardiopatia dilatada, miocardiopatia restritiva, displasia arritmogênica do ventrículo direito, diferenciação do coração do atleta, miocardites.

 

- Doenças das válvulas cardíacas (valvulopatias): avaliação da função ventricular  e do grau de regurgitação (quando a válvula não permanece fechada, deixando passar sangue).

 

- Doenças do pericárdio, tumores e trombos: detecção de tumores cardíacos e pericárdicos, detecção de trombos nos ventrículos e pericardite constritiva. 

 

Contra-indicações

 

- Claustrofobia:

 

Claustrofobia  é o surgimento de ansiedade extrema, motivada por lugares fechados. A claustrofobia pode ser um problema para uma pequena parcela dos pacientes (menos de 5% em estudos clínicos), mas usualmente é contornada com orientações antes do exame ou  com medidas simples, como a utilização de calmantes. 

 

- Dispositivos metálicos

 

Portadores de desfibrilador automático implantável, marcapasso artificial, clipes metálicos cerebrais, implantes cocleares (nos ouvidos) e fragmentos metálicos nos olhos, não devem fazer o exame. A presença de stents coronarianos (mesmo aqueles implantados recentemente), endoprótese da aorta, válvula cardíaca metálica e prótese ortopédica metálica, não contra-indicam o exame.

 

Riscos

 

Para realização da maioria dos exames de ressonância magnética e de praticamente todos os exames de angiografia (visualização das artérias) por ressonância, é utilizado um contraste endovenoso chamado de gadolínio. Os efeitos adversos desse contraste, como cefaléia (dor de cabeça), náuseas, alterações de paladar e reações alérgicas, são raros, com efeitos colaterais graves inferiores a 0,01% (1:10.000 dos exames). O gadolíneo não apresenta, nas doses clinicamente utilizadas, riscos de toxicidade para os rins e fígado.

 

Pacientes portadores de insuficiência dos rins aguda ou insuficiência dos rins crônica e grave, o gadolínio pode levar à  uma doença, chamada de fibrose nefrogênica sistêmica, caracterizada por um escurecimento da pele. Nesses pacientes exames alternativos devem ser priorizados.

 



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